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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Tabaco Eu e a Lei

A lei da proibição de fumadores nos restaurantes, desde que não estejam equipados conforme manda a lei, bateu-me à porta.

Não vou aqui explanar as virtudes e des.virtudes da lei, primeiro porque já foi explanada em todo o lado, depois porque todos já vimos que a lei é praticamente inaplicável, defeituosa, fundamentalista e falha ainda pela falta de regulamentação.

A vida é feita de escolhas é uma verdade. Estamos constantemente a fazê-las. Umas ponderadas pensadas, outras por rotina ou hábito, mas sempre obedecendo aos nossos princípios éticos ou morais.

Pela primeira vez desde que a lei do tabaco entrou em vigor (eu sinceramente prefiro chamar-lhe lei contra o fumador porque onde é proibido fumar existe tabaco à venda), sou confrontada entre escolher jantar com um grupo de amigas num restaurante onde é proibido fumar, ou não me juntar à festa, pelas razões que já passo a explicar.

A ideia é boa. Jantar num restaurante típico de comida regional, óptimo.
É certo que a maioria das "amigas" me são desconhecidas, era uma boa oportunidade de as conhecer.

Mas...

Um jantar no mínimo demora umas duas horas entre o servir e o café, se não for mais tempo.
Como não me estou a ver de meia em meia hora mais coisa menos coisa, vir para a rua, deixar conversas a meio, cortar a "onda" ou ficar ansiosa que a conversa acabe para ir à rua fumar um cigarro e apanhar uma gripe, telefonei para o restaurante a informar-me se era permitido fumar. Negativo, ainda não estão preparados, portanto cumprem a lei.

Desisti da ideia do jantar. Stressar-me em vez de ter um tempo relaxante, de qualidade, com pessoas interessantes, nem pensar.

Telefono para uma das "amigas" que ainda não conheço pessoalmente mas gostava de conhecer :) a dizer-lhe: Olha ainda não é desta vez, porque... e expliquei-lhe.

Responde ela com uma enorme vontade de me convencer:
- mas a maioria das pessoas que vão ( cerca de 30) são fumadoras, eu também sou e muito, estamos a pensar sair da sala aos grupinhos e fumar cá fora, continuamos as conversas na rua. Deu-me vontade de rir. Seria preferível jantarmos na rua pensei eu.... desculpa "amiga" mas a mim dá-me para ironizar :)

Combinamos um café?

Como já disse, a intenção do jantar é óptima, e confraternizar é sempre bom, conhecer gente nova é sempre desafiante.
O tempo desta nova realidade para fumadores e não fumadores ainda é muito recente, daí compreender que não se tivessem lembrado desse pormenor. É com o fazendo que vamos aprendendo. Terei muitas mais oportunidades, espero.

Mas, resolvi não ir. E não pensem que é por mesquinhez, fundamentalismos ou coisa no género.
É para eu ter um tempo de qualidade com as pessoas. Não me estou a ver num jantar que se quer relaxado, animado e outras coisas mais, num veste e despe casaco, andarmos dentro e fora para fumar. Já agora trazia-mos as cadeiras também... lá estou eu a ironizar :).
Penso que me iria sentir uma verdadeira pecadora proscrita nicotina-dependente anti-social marginal e outras coisas mais e não ficaria em paz com a minha consciência. Em vez de estar em amena cavaqueira, lembra-me-ia a todo o instante que deveria deixar de fumar e não quero deixar de fumar, pelo menos por agora.

E ir a jantares como terapia para deixar de fumar, isso é que não...mais uma ironiazita :))


Nota:
Escrito pela manhã

10 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

oltambém não quero.


embora saiba que me está a matar...


___________________.
mas gosto muito....:)´


olá Mie...

isabel mendes ferreira disse...

rectifico:

fumar é um prazer.
faz mal? pois faz.

e tudo o resto?


______________.
detesto fundamentalismos!

disse.

e saio. a fumar. sossegadamente.

butterfly disse...

Uma boa gargalhada, depois de ler o que escreveste. Claro que se falasse sério, referir-me-ia ao cinismo desta lei protecionista da saúde pública, do aumento do imposto sobre o tabaco, da forma como está a ser implementada, do papel da asae e da liberdade de escolha.
Muito haveria para dizer.
Quanto a mim, recuso-me a fumar em gaiolas de acrílico e quando for crescida, não ambiciono ser americana.
Escrito ao fim da tarde, depois de também ter falado contigo ao telefone.:)
Beijo

Maria disse...

Percebo-te muito bem, Mie. Porque já fui (muito) fumadora. Nem percebia como é que o fumo do meu cigarro incomodava quem estava ao meu lado e já tinha deixado de fumar.
A primeira vez que entrei num hospital para ser operada (IPO) levei os cigarritos e vinha cá fora, ao corredor, fumar. Depois vi muita coisa, lá, perguntei muita coisa, por lá, e nesse dia quando depois do jantar vim cá fora, ao corredor, fumar um cigarro, disse-me: " Maria, é o último que fumas.". E foi. Até hoje. Já lá vão 18 anos e mais 30 ou 40 kilos....
... mas isso foi a minha decisão, e respeito incondicionalmente quem continua a fumar....

Beijinhos
p.s. dizer só a quem quer deixar de fumar que não vale a pena ir por tentativas, nem redução de cigarros, nem adesivos, nem nada. É apenas uma decisão "cabeçal"...

Anónimo disse...

"Seria preferível jantar-mos na rua" - nesta frase, "jantarmos" não tem hífen. vai um cigarrinho?

:) bom dia, mie. um beijo.

Mié disse...

Isabel

Pois...fumar faz mal

e há tanta coisa que faz mal.

também detesto fundamentalismos e fundamentalistas.

um beijo

Mié disse...

Butter

arranquei-te uma gargalhada, já fico bem :))


beijo

Mié disse...

maria

Pois se me acontecesse o mesmo tomava a mesma atitude que tomaste.

sei que faz mal, que mata, que nos tira anos de vida, etc...

mas para mim além de ser vício é um prazer fumar

e há tantos prazeres que matam.

Um beijo
fica bem

Mié disse...

alice


obrigada pelo aviso, está rectificado :)

vai pois :))


Um beijo fica bem

H disse...

Como a compreendo! Uma lei equilibrada era precisa e desejável; não esta obscenidade ridicula!

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