A Guerra de Joaquim Furtado...
===Porque este assunto me é muito caro.
Moçambique…Angola…Guiné…As feridas de um país...As verdades escondidas
Moçambique…Angola…Guiné…Até onde nos levou a Guerra Colonial.
Recorrendo a imagens de arquivo nunca antes vistas, esta é uma página da nossa história com muito por revelar.
Mais de três décadas depois, Joaquim Furtado foi ao terreno ouvir os dois lados do conflito.
Na primeira pessoa, o relato fiel dos acontecimentos.
Os traumas que não se esquecem, as feridas físicas e psicológicas que teimam em não sarar.
JOAQUIM FURTADO
Joaquim Furtado decidiu articular o longo documentário, cujos primeiros nove episódios vão para o ar nas próximas semanas, em “três grandes pilares”. O primeiro diz respeito às imagens históricas que serão exibidas. São “filmes de arquivo da própria RTP e também das Forças Armadas, da Força Aérea e da Marinha, para além de documentação fornecida pelos próprios entrevistados”. Trata-se, diz, de “um acervo imenso” no qual se incluem imagens nunca vistas e outras que, embora não sejam inéditas, aparecem “talvez pela primeira vez contextualizadas, colocadas no seu devido lugar na História”. O jornalista começou a preparar a série documental em 1999 mas o trabalho sofreu algumas interrupções, a maior das quais durou perto de ano e meio.
Moçambique…Angola…Guiné…Até onde nos levou a Guerra Colonial.
Recorrendo a imagens de arquivo nunca antes vistas, esta é uma página da nossa história com muito por revelar.
Mais de três décadas depois, Joaquim Furtado foi ao terreno ouvir os dois lados do conflito.
Na primeira pessoa, o relato fiel dos acontecimentos.
Os traumas que não se esquecem, as feridas físicas e psicológicas que teimam em não sarar.
JOAQUIM FURTADO
Joaquim Furtado decidiu articular o longo documentário, cujos primeiros nove episódios vão para o ar nas próximas semanas, em “três grandes pilares”. O primeiro diz respeito às imagens históricas que serão exibidas. São “filmes de arquivo da própria RTP e também das Forças Armadas, da Força Aérea e da Marinha, para além de documentação fornecida pelos próprios entrevistados”. Trata-se, diz, de “um acervo imenso” no qual se incluem imagens nunca vistas e outras que, embora não sejam inéditas, aparecem “talvez pela primeira vez contextualizadas, colocadas no seu devido lugar na História”. O jornalista começou a preparar a série documental em 1999 mas o trabalho sofreu algumas interrupções, a maior das quais durou perto de ano e meio.
***
===Eu estava lá!Em Angola, só no dia 26 de Abril de 1974, por nos termos apercebido que tinha acontecido alguma coisa estranha, alguém sintonizou a então Emissora Nacional, e então soubemos que tinha havido um golpe de estado na Metrópole. Ninguém nos informou oficialmente ou através das emissoras locais do que se estava a passar.
A 27 de Abril de 1974, dá-se na Guiné aquela que poderá ter sido a última operação da guerra que se iniciara em Angola 13 anos antes. Os comandantes que lideravam as tropas implicadas não sabiam que na antevéspera se dera em Portugal o golpe militar que iria pôr fim ao conflito, caíram numa armadilha e morreram os 3 comandantes.
No programa prós e contras da RTP1, ficou mais que evidente que as injustiças e os fantasmas da guerra colonial ainda continuam vivos e que as feridas ainda continua abertas.
Desde o 25 de Abril que o regime, talvez por ter consciência dos erros cometidos antes pela ditadura e depois pela democracia contra o povo português que lá vivia, negros e brancos, em vez de ter promovido um debate nacional aberto e honesto a fim de se sararem as feridas, escondeu e fugiu à discussão tornando o tema proibido.
A verdade da verdadeira guerra nunca foi revelada.
A guerra colonial ainda continua a ser um tabu neste país. Só quem a viveu e sofreu as suas consequências sabe o que é viver com ela ainda entalada na garganta.
Eu própria não consigo ver o 25 de Abril dos cravos porque para mim e para todos os que conhecia, foi uma verdadeira tragédia, o horror.
Será desta vez que se vai falar a verdade sobre a guerra colonial, a verdade dos três lados implicados? Espero que sim, há gente a precisar de ter paz, a precisar de fazer as pazes com a vida. Do Joaquim Furtado espero um trabalho bem feito.
A 27 de Abril de 1974, dá-se na Guiné aquela que poderá ter sido a última operação da guerra que se iniciara em Angola 13 anos antes. Os comandantes que lideravam as tropas implicadas não sabiam que na antevéspera se dera em Portugal o golpe militar que iria pôr fim ao conflito, caíram numa armadilha e morreram os 3 comandantes.
No programa prós e contras da RTP1, ficou mais que evidente que as injustiças e os fantasmas da guerra colonial ainda continuam vivos e que as feridas ainda continua abertas.
Desde o 25 de Abril que o regime, talvez por ter consciência dos erros cometidos antes pela ditadura e depois pela democracia contra o povo português que lá vivia, negros e brancos, em vez de ter promovido um debate nacional aberto e honesto a fim de se sararem as feridas, escondeu e fugiu à discussão tornando o tema proibido.
A verdade da verdadeira guerra nunca foi revelada.
A guerra colonial ainda continua a ser um tabu neste país. Só quem a viveu e sofreu as suas consequências sabe o que é viver com ela ainda entalada na garganta.
Eu própria não consigo ver o 25 de Abril dos cravos porque para mim e para todos os que conhecia, foi uma verdadeira tragédia, o horror.
Será desta vez que se vai falar a verdade sobre a guerra colonial, a verdade dos três lados implicados? Espero que sim, há gente a precisar de ter paz, a precisar de fazer as pazes com a vida. Do Joaquim Furtado espero um trabalho bem feito.
4 comentários:
As feridas ainda estão abertas!
Pois estão...e já é tempo de serem curadas.
Fica bem, e um bom dia "genuinamente agradável" :)
Fica bem
Percebo-te, mie, mas devo dizer-te que para mim, que nunca estive lá, não há dúvidas.
Será a guerra vista por lados diferentes, não opostos, mas diferentes.....
O que eu via, daqui, era os meus amigos irem para lá combater por uma causa que não nos dizia respeito, já que entendia, sempre entendi, que quem devia governar em África seriam os africanos, em Angola os Angolanos, etc. Nós não tínhamos nada que estar lá, a "roubar" o que não era nosso. Sempre entendi assim. E tinha familiares militares superiores a irem para lá, comandando tropas, etc.
É um assunto ainda por discutir, ainda por sarar.
Mas eu, que tenho sempre muitas dúvidas, ewm relação à guerra colonial não tenho nenhumas....
Fui secretária de um homem que tinha algodão, café, diamantes, petróleo, etc. etc. em Angola e Moçambique. Dono de várias empresas relacionadas com estes negócios. Sempre achei que ele (e os outros) estavam lé de uma forma incorrecta. Quando chegou a altura dos filhos dele irem para a tropa, correndo o risco de irem para lá, só lhe disse "pois eles é que vão defender o que é deles, de facto, e não o pobre do soldado que não tem nada a ver com aquilo e vai para lá porque é obrigado". O homem ficou verde. Imaginas porquê. Na altura eu nem tinha bem a noção das implicações políticas do que eu disse...
São temas que merecem uma discussão profunda, mas pacífica, de tudo quanto se passou, porquê a "invasão" da nossa parte, porquê tudo o que fizemos... e que os outros poderão ter feito a seguir. É um tema complicado, mas era bom que a discussão fosse feita, para ficarmos em paz, definitivamente, com os países africanos de expressão portuguesa....
Desculpa o testamento...
Beijinhos
Maria
Há muita coisa que não se sabe...ainda, espero que um dia tudo venha a luz, e que se diga a verdade sobre as causas da guerra colonial, quem a promoveu, quem tirou partido dela e a quem verdadeiramente ela interessava.
Nós e eles fomos meros peões, fomos carne para canhão de uma guerra fria, e o regime Português não soube lidar com o problema porque não tinha visão nenhuma para aqueles países e povos.
É demasiado simplista dizer que África é para os negros ou dos negros, porque há brancos e mestiços descentes de antigas gerações que lá nasceram e nada tinham cá em Portugal, assim como há brasileiros cujos tetaravós eram portugueses, mas eles nunca se sentirão como tal.
Portugal não estava em África apenas na década de 60, quando começaram os problemas, já lá estavam há séculos, assim como os portugueses.
Podiam ser os negros, que estavam em maioria, a tomar conta dos destinos do país, pois podiam, sem necessidade de ter havido guerra, mortes, destruição, exílio.
Falta de visão politica. Como ainda hoje se verifica, pouca inteligência política.
Não tens de pedir desculpa
Um beijo
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