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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

HIV/SIDA e a indiferença de quem tudo tem!



A nova arma de destruição em massa

"Actualmente cerca de 25 milhões de africanos vivem com o vírus HIV/Sida. O aumento projectado pela ONU no pior dos três cenários apresentados no relatório corresponde a 10% da população do continente africano.

Segundo a ONU, respostas pró-activas dos governos dos países afectados e de doadores internacionais podem evitar que 16 milhões de pessoas morram da doença e que outras 40 milhões a contraiam nas próximas duas décadas.

(...) diz a ONU, se a política actual para a África não for mudada, a doença pode tomar conta do continente."

Embora África tem apenas 12% da população mundial, é no continente que ocorrem 43% das mortes de crianças, 50% das mortes maternas durante a gravidez e o parto, e onde vive 70% da população com HIV/SIDA e 90% das crianças órfãs da Sida.

Só na África do Sul - mais de 6,2 milhões de sul-africanos estão infectados com o vírus HIV, de acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde da África do Sul.
O número refere-se ao ano de 2004 e foi conseguido com base em estudo feito com mulheres em maternidades.

Porque razão os preservativos que são enviados para a África do Sul não são tão resistentes como os que se distribuem, mesmo gratuitamente, cá ou noutro qualquer país dito desenvolvido?
"Vinte milhões de preservativos foram postos em quarentena, por terem problemas devido à sua fraca resistência, colocando em risco a vida de milhares de pessoas num país já de si flagelado pela doença."

Na Papúa - Nova Guiné famílias com doentes de sida em fase terminal, enterram-nos vivos devido aos custos e esperança nula na recuperação destes doentes e porque estes já não podem olhar por si. Neste país ainda há gente que não sabe como é que a doença se transmite ou se previne, porque remoto e pouco lucrativo, não cai nos olhos da cultura ocidental.


Fotografia roubada daqui
Sorriso desta mãe ao saber que o filho não estava infectado com HIV, num rastreio feito pelos "Médicos do Mundo" em Moçambique.

ATÉ QUANDO VAMOS ASSISTIR EM SILÊNCIO A ESTE GENOCÍDIO?

ATÉ QUANDO OS PAÍSES DESENVOLVIDOS VÃO CONTINUAR A OLHAR PARA O LADO, INDIFERENTES AO SOFRIMENTO E MORTE DE TANTOS MILHÕES DE SERES HUMANOS?

ATÉ QUANDO?

15 comentários:

Anónimo disse...

Porque eu posso, estava para brincar com o assunto e perguntar-te onde é que fica Africa. Depois apercebi-me que eu vivo em Africa. Na região mais turistica de Portugal continental e onde os 3 S (Sea, Sun, Sex) são uma constante praticamente o ano inteiro existe um (1) unico lugar onde são distribuidos preservativos gratuitamente. ONG's? Existe uma e chama-se MAPS. Conheces? Pois, nem tu nem ninguem, médicos especialistas incluidos. Reza a lenda que recebeu (recebe?) milhares de euros de subsidios estatais. A acreditar no site deles, os Seropositivos da região teriam ali um oasis de fazer inveja a muitas capitais do imperio. A morada localiza-os a uns poucos quarteirões do hospital distrital. Volto a repetir, lá (no HD) ninguem os conhece, sequer ouviu falar neles. As mortes de Seropositivos continuam aqui a ser uma triste realidade por muitos e variados factores. Africa começa na Serra do Caldeirão.
Jokas mille e mais uma.

Maria disse...

Até quando a Igreja continua com a posição sobejamente conhecida?
Até quando aqui mesmo, num país europeu e supostamente civilizado, e com toda a informação disponível e acessível, e preservativos gratuitos e etc., continuamos a ouvir dizer "não uso, isso a mim não me acontece"?
Aqui o número de doentes com HIV tem vindo a aumentar. Os que estão "registados". E os que não estão registados nem são assistidos (ainda) nos centros de saúde?
Mas concordo contigo que o drama em África é assustador. E revoltante, ao mesmo tempo...

Depois deste post, desejo-te o fim de semana possível...
Beijinhos

Mié disse...

Alex

com ONGs a meter pró bolso, nós por cá, temos tudo o que precisamos...ou quase tudo.

E Eles?

Falo da medicação meu caro, essa que salva vidas, que não deixaria tanta criança órfã.

Jokas para aí de mim.

Mié disse...

Maria


Até quando???


um beijo

Mié disse...

Alex


E falo também da prevenção, da informação...que não chega por lá, dos preservativos que mandam para lá são os que não nos servem, por isso vão para África...

Beijos mil

Anónimo disse...

Eu tb falo do mesmo, da prevenção e da informação que cá n chega, de um unico local em 4960 km² de distribuição gratuita de preservativos, da cegueira das autoridades (in)competentes para o assunto. Eu sei que temos acesso à medicação gratuita, mas "acesso"? "gratuita"? Então pensa em alguem q viva em Vila do Bispo (e estou a mencionar uma localidade relativamente fácil de localizar, para n ir buscar uma daquelas que ficam no meio da Serra, assim para os lados de...sei lá...Odeceixe, por exemplo) que seja Seropositivo e viva do rendimento minimo. Existem 2 Hospitais publicos no Algarve, neste caso a consulta e respectivos medicamentos seriam no H.D. de Portimão. O meio de transporte mais barato, o comboio, fica a cerca de 40 kms, em Lagos, que dista uns bons 30 kms de Portimão. 140 kms de transportes publicos, ir e vir. E estou a ser simpático, porque o dito cujo Hospital n fica bem em Portimão, mas sim nos arrebaldes da Cidade. Com um pouco de sorte, talvez a farmacia do hospital tenha medicamentos para dois meses, evitando assim mais uma deslocação. Mas é sempre uma incognita (às vezes nem os Hosp de Lx tem stock para isso, portanto...). Junta a isso uma depressão tão frequente nos Seropositivos ou pensa que as consultas iniciais devem ser mensais e terás o custo e acessibilidade à medicação deste hipotetico exemplo. Eu não estou a dizer que a situação em Africa n é grave. Claro que é: É gravissima!! O que estou a dizer é que Portugal vê o Algarve como a Europa vê Africa: Ao longe e de passagem. Podia referir tb o Minho ou Trás-os-Montes, o Alentejo ou as ilhas dos Açores ou da Madeira ou... enfim, tudo o q fique longe de Lisboa, Porto ou Coimbra. Mas pq vivo cá, porque conheço a pobreza material e cultural que os turistas n vêm ou não querem ver, pela riqueza da região tantas vezes (mal) explorada pelos que não são de cá e que resulta invariavelmente na exploração da população autocone, por todas esses semelhanças (na devida escala e propoções, claro)e já agora, pela proximidade geográfica, eu insisto: Africa começa na Serra do Caldeirão, ali logo depois de Odeceixe...

Mié disse...

Alex

Eu podia argumentar que a segurança social, a funcionar nos próprios hospitais (era assim há uns anos, penso que essa parte não mudou...penso) paga os transportes de quem não tem rendimentos ou rendimentos insuficientes, morem onde morarem.
Mas não deixas de ter razão. As coisas funcionam melhor nas zonas metropolitanas e nas grandes cidades.

Por cá há muito a fazer ainda, na prevenção. Os dados comprovam essa insuficiência, e a falta de prevenção dirigida principalmente "aos grupos" que neste momento sobem os casos de infectados.

Mas ainda há mais a fazer para mudar mentalidades. Fazer? Já duvido que se possa fazer alguma coisa com gente que não quer andar prá frente, que insiste a ser ignorante porque aprender dá trabalho, que insiste a ser mesquinho, preconceituoso, egoísta, maledicente, valores que os fazem ainda rastejar "na escala da humanização".

E tens razão também...estamos muito perto de África.


Um beijo, bom domingo

E Já vos disse hoje?

Mié disse...

Mas esqueci-me de te dizer que os africanos morrem infectados porque são obrigados a isso, ignoram muito dessa doença e de como funciona a prevenção porque não os informam, e em relação a valores humanos, são melhores que nós que nos achamos um povo civilizado.

mais um beijo

Anónimo disse...

Sim é verdade, a segurança social paga essas coisas. Tens é que passar o resto do dia no Hospital. As coisas desse género não funcionam muito bem na Capital, pq carga d'água iriam ser melhores aqui? Havias de ver a cara das Sras da S.S. do HDF quando fui candidatar-me às ajudas técnicas (uma coisita consagrada na lei Portuguesa para apoiar as pessoas com deficiencia). Simpáticas, prestáveis e muito profissionais, olhavam para mim como se eu estivesse a requisitar uma voltinha no trenó do pai natal conduzido pelo próprio. Não há dinheiro para cadeiras de rodas ou proteses para crianças, quanto mais para material infórmático...Mas pronto, já percebeste onde eu queria chegar e ainda fizeste melhor. Eu sei que isto n é um forum, é o teu blog, a tua opinião. Um dia fiz-te uma pergunta que tu achas-te racista. Se calhar até era. Andei a dar voltas à pinha para ver se me lembrava em que contexto eu teria feito a pergunta. Acabou por n ser dificil, era apenas a minha sede de conhecimento em primeira mão: "Tu q lá viveste tanto tempo, tu k tens uma visão diferente dos tantos q eu conheço q tb lá viveram ou nasceram, tu q tens uma ideia (vaga, lolinho) de como funciona a minha forma de pensar, diz-me: Há algum fundo de verdade no que dizem?" Se calhar fiz mal a pergunta. Se calhar era ingénua e por isso racista. Ninguem é perfeito e eu sou demasiado modesto para o ser. :D
Tu tb achas-te o Corto Maltese estupido e eu nem pestanejei. As amizades, para mim, são consolidadas pela capacidade em encaixar os nossos antagonismos. Por isso, Amiga, desafio-te a comparar o que pode parecer à primeira vista incomparavel. E se o faço é pq prezo a tua opinião e mais, a tua experiencia pessoal.
O Brasil é um pais, mas a Europa quase que cabe lá toda. Africa é um continente. Comparar o incomparavel? Não sei, diz-me tu.
Escreves tu sobre os Portugueses:"Já duvido que se possa fazer alguma coisa com gente que não quer andar prá frente, que insiste a ser ignorante porque aprender dá trabalho, que insiste a ser mesquinho, preconceituoso, egoísta, maledicente, valores que os fazem ainda rastejar "na escala da humanização"."
Sim, estou a provocar-te, à tua boa disposição, ao teu intelecto e à tua experiencia pessoal. N é o Brasil vitima de interesses economicos tal como Africa? De uma riqueza imensa em recursos naturais, habitado por um Povo maravilhoso? Onde os ricos são muito ricos e os pobres muito pobres? Com graves problemas de corrupção? De alfabetização? Estou errado? Diz-me tu, q conheces ambos os casos pessoalmente.
Por razões obvias, n tens a obrigação de conhecer a evolução da problemática do HIV/AIDS (escrito à brazuca) no Brasil. Mas informo-te eu que numa geração, passaram de casos como em S. Paulo inquilinos de um predio inteiro expulsavam um morador por SUSPEITA de este ter o virus à actual estado das coisas, em que o Governo Central pura e simplesmente "nacionalizou" as formulas quimicas da medicação para o tratamento do HIV, assegurando dessa forma o acesso gratuito a TODOS os cidadãos. Passaram da ignorancia e preconceitos iniciais para a abertura de espirito em que os voluntarios e tecnicos que trabalham na area de prevenção com os meninos de favela utilizaram ao aperceberem que o discurso convencional n surtia qualquer efeito. Num mundo de crime e violencia, onde morrer de forma brutal é a regra e n a excepção, informar q existe a possibilidade de morrer de doença era chover no molhado. Os meninos tem é medo da policia, n de um virus complicado q ninguem vê. Descoberto o medo, foi facil (her....enfim) adaptar o discurso:
"Voçê pega o aids, voçê fica doente e fraco, n consegue fugir dos militares!"
A moçada passou a prestar atenção, claro!
Surgiu dai um slogan que infelizmente n tem tanta força ou piada dito em Portugues de Portugal:
"A Aids n tem cura, mas tem remédio"
Portugal teria muito a aprender com o Brasil, nomeadamente na adaptação à realidade nacional da prevenção. As campanhas nacionais, o unico que tem de memoravel, quando o tem, é o ridiculo das formas e formulas. E Africa? São menos que o Brasil? Eu sei bem os factores que deixo de fora. Mas deixo em ambos os casos.
Fica o desafio e as inevitaveis mil e uma jokas!

Mié disse...

Poderoso :)



inevitáveis
beijos

Mié disse...

Será por estar muito longe dos EUA e de certo modo longe da Europa do pelotão da frente?


Será porque apenas se retiram as riqueza dos países sem contrapartidas, a não ser em contas na Suiça ou offshores dos dirigentes?

Será por a maioria dos dirigentes serem ditadores, mantendo o povo no terror mortal de uma qualquer tentativa de revolta?

Será que o problema é que apesar das desvirtudes da democracia, ela a dita ainda não chegou aquelas bandas? Nem da África do Sul que exteriormente aparenta ser um regime democrático, mas que na verdade não é...

Será porque a maioria do povo não tem acesso a nada de nada do que se vê por aqui? Nem conhecem as maravilhas do conforto humano...

Será porque nada se fabrica para aqueles lados, a indústria é escassa, a não ser a do petróleo, dos diamantes, de pedras e metais preciosos...que só dá para quem as multinacionais que os exploram, e umas luvas aos governantes...

Será que...

O Brasil, conforme o já prometido vai ajudar África, fornecendo-lhes os medicamentos muito mais baratos, (fabricados por eles), mas está difícil cumprir o prometido sabe-se lá porquê...


Hoje mais não...

Beijos muitos daqui prá í.

Mié disse...

Rectificação...da pontuação e não só

Será porque apenas se retiram as riqueza dos países, sem contrapartidas para o país-povo, a não ser em contas na Suiça ou offshores dos dirigentes?

Linha 17...o "quem" está a mais, favor retirar :)

Hoje já estou cansada...

Mié disse...

Para veres um sorriso numa mãe que num rastreio feito pelos "Médicos do Mundo" soube que o filho não estava infectado...vou roubar a fotografia e aqui colocá-la...aqui, ali no post.


...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mié disse...

era publicidade...

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