Que sejam intoleráveis
Eles não têm preconceitos. Eles gostam de homossexuais e até escolhem o tipo de homossexuais de que gostam. Os que não fazem disso grande coisa apesar de quase toda a gente fazer da sua heterossexualidade a coisa toda da sua vida.
Eles acham que os homossexuais são hoje livres e iguais. Felizmente, claro. Mas casar é que não que isso é coisa que exige família. E a família é o que sempre foi. E os homossexuais são iguais menos naquilo que sempre foi assim e não poderá deixar de ser. E eles sabem que os homossexuais, coitados, nem querem nada disto. Querem é estar no seu cantinho. O problema são os radicais que os andam a atormentar.
Eles querem os homossexuais fora do gueto. Mas depois recordam aos homossexuais que estar fora do gueto não inclui ter familia e casar. Para eles, estar fora do gueto é parecerem-se com os outros. Não é terem os mesmos direitos que os outros.
Eles têm amigos homossexuais. Gente séria e pacata que faz o que tem a fazer entre quatro paredes. Eles não gostam é de bichas. Não gostam de paneleiros. De rotos. Dos que pegam de empurrão. De rabetas. De panilas. De veados. De larilas. De rabos. De picolhos. De panascas. De florzinhas. De fufas. De sapatonas. Não. Eles não têm preconceitos. Mas eles só gostam mesmo de homossexuais. Dos que não dão nas vistas. Que não exibem, como a generalidade dos heterossexuais fazem, com orgulho, a sua sexualidade. Que não se gabam do seus feitos. Que não se abanam, que não se tocam, que não se despem, que não se beijam. Apesar do sexo estar nos anúncios, nas conversas, nos filmes, na rua, em todo o lado, eles gostam de homossexuais que o sejam, sim, com toda a liberdade, claro, mas apenas na intimidade. Eles querem homossexuais “normais”. Eles dizem como se devem vestir para não serem folclóricos. Onde se devem beijar para serem aceitáveis. Eles gostam da liberdade, mas longe da vista.
Não percebem que quando os gays vêm à rua como vieram no sábado, vêm mostrar tudo o que eles não gostam. Só para dizer uma coisa: não é para que gostem. É mesmo para que se incomodem se os incomodar. Porque apesar de ouvirem a vida toda os insultos com que os brindei neste texto, eles gostam de ser o que são. Não querem ser toleráveis para terem direitos. Querem os mesmos direitos que todos os que os acham intoleráveis têm. Não querem simpatia. Não querem que os heterossexuais os achem esteticamente suportáveis para lhes concederem finalmente a cidadania plena. Querem apenas, sem ter de pedir licença. E fazem muito bem. Exigirem menos do que isso seria vergonha. Falta de orgulho.
Post retirado dAQUI
6 comentários:
Saberás que os sonhos, moram nas gotas de orvalho que um arco-íris solta, em coração desencontrado. Saberás que os passos errantes de um louco na procura do norte, não deixam marcas no pó, tão pouco são rumo para a sorte.
Bom fim de semana
Doce beijo
Bom fim de semana tb para ti
beijo
estigmas.
(já agora, e a propósito de estigmas, as raríssimas não se referem a doenças mentais mas a deficiências mentais lololol)
este post está excelente! a homossexualidade é um dos estigmas. são tantos!
boa noite
beijos
Linda Teresa
Pois é, estigmas...um veneno, deveria ser criminalizado.
Com que direito alguém se julga melhor que outro???
Um beijo e boa semana
com a vontade de se superiorizarem no que não têm indo buscar o que nao sao
Querido, com licença!
Nunca te vi na vida, mas pelo google achei teu blog. Estava procurando uma bandeira gay pra colocar no meu. E li seus textos, achei bem bacanas! Então, tô passando pra dizer que peguei essa imagem e tô fazendo agora uma referência ao seu blog, ao seu post.
Espero que vc não se importe, mas em todo caso, se não gostar, faz um comentário no meu blog que eu tiro a imagem, ok?
Obrigada!
P.S.: Suponho querido... não achei uma identificação!
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